sexta-feira, 30 de março de 2012

Sinais de Fogo

Sempre que eu te vejo, me pergunto se vale a pena, manter a chama.
e quando você me vê, eu só tento saber....você realmente vê?
 as articulações e estruturas do tempo, seus alicerces, eles nos escapam às mãos.
talvez tudo o que possamos fazer seja esperar, ou talvez acreditar, com toda força.

Eu te procuro nos becos e vielas mais obscuros em mim.
nem mesmo o seu olhar me entrega qualquer resquício ou pista.
nada que eu possa ter como desculpa para chegar até seu doce sorriso.
e por um instante, apenas o sorrir foi o suficiente para me apaziguar dos medos.

Contudo, o vento rodeou sobre nossos sonhos inebriados.
o cerco estava feito, e a armadilha do coração, pronta.
me lembro de correr como nunca, gritar com raiva e força, chorar de tristeza.
e uma vez mais, aquela cena que na minha mente é como uma foto, imutável, irreversível.

Você me dava as costas, dizia um "adeus", quase sem voz, e partia.
meu coração questionava minha mente, que, por sua vez, questionava a própria sanidade.
antes de acreditar em você, eu tinha que acreditar nas suas palavras ríspidas.
tinha que acreditar que era verdade, que era mesmo o adeus.

Hoje é apenas mais um dia, como qualquer outro.
um dia como qualquer outro, nos últimos dez anos.
somente mais algumas horas, mais algumas semanas, e alguém bate à minha porta.
em suas mãos, a chave, a mesma de dez anos atrás, na minha porta, nas suas mãos...


...me pergunto se o que te segura é o medo do que irá encontrar....ou do que não irá.

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